(06/04/1921 – 14/06/1969)
Cacilda Becker nasceu no interior de São Paulo, mais precisamente em Pirassununga, em abril de 1921, e em uma família que vivia com muitas dificuldades. Quando seus pais se separaram, sua mãe pegou as três filhas, Cacilda, Dirce e Cleide, e foi morar em Santos, no litoral paulista.
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Mas todas as dificuldades financeiras não foram um empecilho para que ela conseguisse estudar ballet e se formasse professora. Veio para a capital paulista em 1940 e aí a sua vida mudou e o Brasil começou a conhecer sua maior atriz e diva teatral de todos os tempos. Em São Paulo ela ainda tentou levar uma vida normal e se empregou como escrituraria em uma empresa de seguros.
Ao completar 20 anos toma a melhor decisão da sua vida para a arte brasileira. Vai para o Rio de Janeiro e resolve que quer ser atriz. A primeira oportunidade foi na companhia do ator Raul Roulien no espetáculo “Trio em Lá Menor”. Mas o grande salto de sua carreira acontece em 1946, quando a atriz integra o Grupo Os Comediantes e, dirigida por Ziembinski, participa ao lado de Olga Navarro da montagem de “Vestido de Noiva” no papel de Lúcia.
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Em 1948, de volta definitivamente para São Paulo, Cacilda Becker se torna a primeira atriz profissional a ser contratada com carteira assinada, e integra o elenco do recém criado Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC. O primeiro espetáculo foi “A Mulher do Próximo” e a ele se seguiram grandes montagens e excelentes performances da atriz nos palcos paulistas.
A diva dos nossos palcos interpretou textos que entraram para a história da dramaturgia mundial como “A Dama das Camélias”; “Gata em Teto de Zico Quente”; “Pega Fogo”; “Longa Jornada Noite Adentro”; “Maria Stuart”; “A Visita da Velha Senhora” e “Qem Tem Medo de Virginia Woolf?” só para citar alguns.
Em 1955, ao lado de Walmor Chagas e da irmã Cleyde Yáconis, ela criou o Teatro Cacilda Becker e levou para o palco dele grandes montagens. Na sua vida pessoal, o palco também sempre esteve em primeiro lugar. Casou com o jornalista Tito Fleury com quem teve o filho Luis Carlos e fez questão de estar no palco até o oitavo mês de gravidez.
Se separou do primeiro marido e casou com o ator Walmor Chagas, com quem viveu uma linda parceria nos palcos e fora deles. O casal adotou uma filha, Maria Clara, cantora que hoje se apresenta como Clara Becker.
Cacilda não gostava de atuar na televisão, e dela pouco participou, realizando alguns teleteatros na TV Tupi no final dos anos 1950 e na TV Bandeirantes nos anos 1960. No cinema fez apenas dois filmes, mas sua interpretação em “Floradas na Serra”, na Companhia Vera Cruz, em 1954, ao lado de Jardel Filho, é memorável.
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Na noite de 06 de maio de 1969, entre um ato e outro do espetáculo “Esperando Godot”, mais uma magistral interpretação sua ao lado do marido Walmor Chagas, um inesperado derrame cerebral a derrubou no palco, o local onde mais ela desejava e sentia prazer de estar. Foram 38 dias entre a vida e a morte no Hospital São Luiz, até que a última ganhou a disputa e levou Cacilda Becker, aos 48 anos de idade, para brilhar em outros palcos.