Jornalista especializada em música, rádio e meio ambiente, Patrícia Palumbo é a convidada de Antônio Abujamra no Provocações, que vai ao ar nesta terça-feira (16/07), às 23h, na TV Cultura. Durante a entrevista, ela fala sobre sua carreira de locutora, da paixão pela MPB e da sua ousadia ao imprimir uma nova linguagem na rádio FM.
Locutora do programa Vozes do Brasil e coordenadora de programação da Rádio Eldorado, a jornalista conta como iniciou seu trabalho em rádio: “Eu atendia os ouvintes do Walter Silva na rádio Cultura e passava para ele os pedidos. Enquanto eu passava os pedidos e ele tocava as músicas, ele me contava as histórias sobre Orestes Barbosa e Custódio Mesquita, que era esse universo que ele colocava no ar”.
Patrícia revela que a MPB está presente em sua vida desde a infância. “Minha mãe cantava Noel Rosa, Chico Buarque, […] e quando eu fui ver que essas canções eram clássicos, eu fui abrindo vários arquivos ocultos dentro da minha cabeça e fui vendo que aquilo fazia parte da minha memória afetiva, dos meus fundamentos culturais de criança”
Seu primeiro programa de rádio foi na Cultura AM e chamava-se Radiografia. “Foi uma ousadia minha. […] a ideia era retratar um músico, um instrumentista, um compositor, da maneira mais profunda possível naquele espaço do rádio”.
Atualmente, Patrícia é responsável por colocar no ar nomes da nova MPB que despontaram no mercado. “Acho que eu ouço muito bem, sou muito curiosa, e acho que não tenho preconceito com o novo, pelo contrário, o novo me estimula, então busco sempre. E aí acaba que muita gente que não tem nem disco ainda toca no programa e começa a acontecer por conta própria”.
Além do programa Vozes do Brasil, Patrícia Palumbo foi responsável por outras inovações no rádio: “Eu creio que inventei, por exemplo, um jeito de falar em FM que não se usava aqui em São Paulo, que é um jeito muito distante daqueles ‘vocês vão ouvir’, ‘você acabou de ouvir’. Eu comecei a colocar mais informação a respeito de música no ar. E eu coloquei também um programa chamado Hora do Rush, de prestação de serviço sobre o trânsito, numa FM em São Paulo, e foi a primeira FM a fazer isso”.