Colunistas - André Garcia

Avaliação: Kawasaki Versys 650 Tourer

10 de Outubro de 2016
Saindo para viajar com garupa, além das excelentes malas, é possível utilizar uma mala de tanque

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foram 7.500km muitíssimo bem rodados

Em 2011 tive a felicidade de avaliar a Kawasaki Versys Tourer, click aqui, e o modelo atual melhorou muito, começando pelas suspensões, agora SHOWA, as malas laterais que ficaram, praticamente, na largura do guidão, adição do top case com a abertura das três malas com a mesma chave que liga a moto, para-brisa de fácil regulagem na cor fumê, além das proteções de mãos, protetores de motor, faróis auxiliares, tomada de 12 volts do lado esquerdo e marcador de marcha ao lado direito do painel, tudo a R$ 37.990,00.

Será que vale? Leia e tire suas conclusões.

É raro poder ficar mais de um mês com uma moto, todavia, dado ao apoio da Kawasaki, cedendo as motocicletas, ao Projeto Motociclismo com Segurança, click aqui para ler, pude rodar pouco mais de 7.500km com a Versys 650 Tourer e constatar as qualidades superlativas dessa motocicleta.  

Malas: fácil de tirar, colocar e abrir. Tudo com a mesma chave que liga a moto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com a Versys fui agraciado com todo tipo de estrada: longas retas quando para Palmital, Hortolândia, Matão, muitas curvas e ondulações para Curitiba, Itajaí, Santos e uso diário na grande São Paulo sem dar folga.

Versatilidade

Se o nome Versys remete a versatilidade, devo concordar que nenhuma moto na atualidade tem um nome tão feliz e tão autentico com aquilo que propicia ao usuário.

Com a Versys 650 Tourer é possível usá-la no dia a dia só com o top case, viajar a dois   adicionando as malas laterais ou ainda viajar sozinho, como fiz várias vezes, a trabalho ainda adicionando uma mala de garupa.

Saindo para viagem sozinho: além das malas, acomoda mala de garupa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sozinho ou acompanhado, vaziou ou com carga máxima, outra coisa que chama atenção é sua autonomia que não se deve só ao tanque de 21 litros, mas, também, ao acerto do motor que bebe pouco combustível, é muito econômico.

Rodar mais de 300 km como fiz indo para evento de Segurança em Matão (sobre o evento click aqui) e ainda sobrar gasolina no tanque, não é para qualquer moto.

Pilotando

Ao sentar na Versys o piloto já percebe a interação com máquina, literalmente, um veste o outro, em relação ao modelo anterior, ficou pouco mais baixa, o banco ficou mais confortável, posição correta, pernas bem encaixadas no grande tanque, pés bem posicionados nas pedaleiras, braços relaxados e tudo na mão do piloto sem ter que tirar os olhos do tráfego, o que sempre chamo, leia lá no texto em 2011, de pilotagem intuitiva e que, recentemente, tratei do tema em Ergonomia, click aqui para ler. Os punhos da Kawasaki hoje considero o que há de melhor ao toque e ao acionamento: buzina, setas de direção, seta alerta...tudo no seu devido lugar. Painel com excelente visualização e agora com o útil marcador de marcha ao lado do painel.

Melhor média 23,82 km/l entre no álbum com link ao final e veja outras

A garupa vai bem acomodada e confortável, a única observação da minha esposa é que com as malas laterais, ela obrigatoriamente não consegue ficar com a ponta dos pés na pedaleira, se as malas fossem posicionadas poucos centímetros para trás, estaria perfeito.

Se o piloto não se perde na pilotagem, aliado ao conforto e ergonomia, o feedback dinâmico da motocicleta é excepcional e é justo afirmar que o trabalho da Kawasaki nesse modelo é digno de parabéns, todavia, evoluiu muito em relação ao modelo anterior que avaliei em 2011 e andando mais em outras unidades, pós aquela avaliação, percebeu-se que o tendão de Aquiles era a suspensão traseira pouco progressiva e que por vezes mesmo com menos torque e potência em relação ao modelo atual, tinha tendência de empinar a roda dianteira pela instabilidade do conjunto, especialmente, quando com garupa ou carregada. 

A suspensão dianteira agora é invertida com tubos externos de 41mm e curso de 150mm da marca SHOWA totalmente ajustável em pré-carga na esquerda e amortecimento de retorno na direita com fácil acesso para o acerto, todavia, sempre digo isso: cuidado! Se não souber acertar não mexa. Leve no mecânico de sua confiança ou na concessionária, passe seu feedback, informe o que você quer para o acerto correto.

Ponto para Kawasaki com importante mecanismo

Na suspensão traseira, com 145mm de curso, a grande mudança foi a balança em forma de gaivota e de alumínio para suportar o ganho de curso em relação ao modelo anterior. O que, também, merece destaque, já que modelos mais caros com diferença de R$ 10 mil reais ou mais não oferecem é o ajustador remoto, algo essencial para facilitar o ajuste da suspensão traseira para viajar carregado ou vazia, com ou sem garupa.

Com essa nova configuração, nitidamente a suspensão ficou progressiva, firme na tocada mais esportiva e transferindo grande conforto nas ondulações e péssimo asfalto brasileiro. No acerto de fábrica, só alterei a traseira para mais duro quando com garupa e carregada.

O pneu é o tendão de Aquiles atualmente do conjunto, já que vem de série com Dunlop que com o passar das quilometragens, o piloto nota nitidamente a perda de eficiência, sem mencionar que com a atual suspensão o que limita uma estrada de terra leve ou de cascalho é, nitidamente, o pneu, que na minha opinião não casou bem com a Versys, podiam pensar no Pirelli Scorpion que lhe daria uma desenvoltura muito melhor na terra ou no Angel GT maior durabilidade, mantendo a pegada esportiva. Na certeza de só trechos de asfalto, um Diablo Rosso II a tornaria insana. Detalhe importante: leia o manual do usuário, pois a calibragem mudou do modelo anterior para o atual, especialmente quando carregada, na página 124 – dianteiro sempre com 33 e traseiro com 36 com 150kg e acima disso com 42psi.

Com a Versys Tourer ficou fácil levar equipamentos de apoio para as palestras

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na minha Versys a primeira coisa que faria, seria trocar os pneus.

Motor

Na tocada, a Versys não decepciona com seus 69 cv de potência a 8500 RPM e 6,5 kgfm de torque a 7000 RPM.

Tocada fácil em baixa, média ou alta velocidade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A partir dos 6000RPM o som fica enfurecido, instiga, mas desde as baixas rotações é nítida a pronta resposta do motor e isso acontece em qualquer rotação e marcha.

Mesmo sendo 650 cilindradas é honesto afirmar que não falta moto, para quem está acostumado com motos maiores de 800 ou 1000 cilindradas, falta a patada, mas não falta performance e economia de combustível é, sem sombra dúvidas, o ponto alto e as médias falam por si.

A Versys, graças a centralização de massa, proporciona uma tocada citadina, tourer ou até mesmo, digamos, mais esportiva. Muda rápido de direção, bem equilibrada, baixíssima vibração, aliás, em momento algum, seja qual fosse a rotação, mesmo até as vezes esgoelando, não senti qualquer incômodo. Em momento algum o calor do motor incomodou, mesmo no trânsito pesado paulistano. Isso se deve a nova tecnologia da Kawasaki, ainda com patente pendente, localizada atrás do radiador que direciona o ar quente para baixo e para longe do piloto, algo muito significativo, todavia, mantem o tanque e o quadro mais frios, aumentando o conforto.

Falando em conforto, não podia deixar passar em branco a proteção com a nova carenagem e para brisa ajustável: perfeito! Pegou estrada, sem ferramentas ajusta para cima e capacete e roupa sempre limpos e sem turbulência, ao menos para este que vos escreve com 1,65 de altura.

Viagem noturna?? É perfeita. A Lua foi presente de Deus! Na placa o aviso: próximos km´s de diversão!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para o leitor ter uma ideia, terminei o evento em Navegantes na Portonave (leia aqui), no dia seguinte, sai para dar uma volta pelo litoral catarinense e estava marcado de dormir na casa de um amigo que mora em uma ilha. Nos desencontramos e sai do posto Sinuelo na BR 101 às 17:00 hs e 23:30 hs estava em casa.

A iluminação para pilotagem noturna é excelente, aliás já tinha viajado à noite com minha esposa, e os faróis auxiliares além de ajudar na iluminação, aumenta sua visibilidade para outros veículos.

Painel oferece boa leitura de dia ou à noite, ponto negativo para acessar as informações do computador de bordo, já que precisa acessar o painel.   

Tudo no lugar certo. Botão de luz alta, podia ser trocado para acionar o computador bordo

Explico: o botão do punho esquerdo para luz alta não tem serventia, já que existe o lampejador no dedo indicador, bem mais ergonômico. Este botão, podia acessar as informações de trip 1, trip 2, odômetro total, autonomia, consumo médio e consumo instantâneo, além do horário.

Para parar bons freios que também sofreram melhorias: dianteiro conta com discos duplos em formato margarida de 300mm com pistões duplos e o traseiro também em formato margarida de 250mm (antes 220mm) com pistão simples com sistema ABS.

O sistema ABS na unidade avaliada estava perfeito, atuava, realmente, só em extrema necessidade com um retorno suave, nada assustador.

Em poucas palavras a Kawasaki Versys 650 Tourer é confortável, econômica, muito versátil.

Concorrentes

A Versys 650, aliás, falei disso no texto em 2011, todavia, hoje entendo que está na classe nas Crossover´s, posição, suspensões de longo curso e conforto de Big Trail, com rodas de 17 polegadas com pneus esportivos.

Durante a semana só o top case. Moto para o dia a dia, moto para viagens

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No modelo abaixo dela, mas na mesma faixa de preço, só a Honda CB500x e desculpa a sinceridade, dado o preço da Honda, vá na Versys 650 STD sem sombra de dúvida é mais em tudo, inclusive, sem se perder ao acionar a seta ou a buzina,  por praticamente o mesmo preço: R$ 29.990,00. E basta colocar um Top Case de 47 litros, mala de tanque, viaja sossegado.

Já no modelo Tourer 2016 a R$ 37.990,00 com tudo que vem, não dá nem para cogitar outro modelo na mesma faixa de preço, a NC 750X apesar da sua concepção inteligente é extremamente limitada para viagem, experimente colocar uma mala de garupa, no terceiro abastecimento você vai pedir para o frentista encharcar de gasolina e tacar fogo na mala, já que é necessário abrir o banco traseiro para abastecimento, fora a tocada muito limitada com corte de giro a 6000RPM e a m@#$% da buzina invertida com a seta. O top case supre o compartimento do falso tanque da NC.

Versys combina com qualquer paisagem

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Outros modelos de cilindrada superior cobrarão por isso, acima de R$ 10 mil, e fica a seu critério analisar se precisa de tanta performance a mais em detrimento de um produto que vem completo para viajar e uso no dia a dia.

Infelizmente não se acha mais o modelo 2016 da Versys 650 Tourer, ao menos os cinco amigos que indiquei e percorreram concessionárias para comprar 0km não acharam. A 2017 está chegando e deve vir com pequeno aumento, todavia, se não exagerarem no aumento, ainda acredito que será o melhor custo-benefício do mercado, afinal só de equipamentos: malas laterais, top case, protetores de mão, protetor de motor, luzes auxiliares não originais, mas de boa qualidade, passa dos R$ 6mil reais.

Ah!!! Por fim, teria muito mais para falar dessa moto...faltou o aquecimento de manopla...aí estaria perfeito, mas é possível colocar no concessionário.

Piloto e garupa bem equipados e confortáveis com roupas Riffel. Ele com capacete Bell e ela com Suomy ambos made in Itália

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Álbum com mais fotos, click aqui 

André Garcia usa e recomenda Riffel

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