...E os “Realities” de música continuam!
Por Cau Marques
A monotonia de lançamentos originais na nossa música ainda está conseguindo respirar, pelo menos através de alguns “snorkels”, que existem na televisão brasileira, os Realities Musicais.
O formato dos antigos festivais da Record ainda é sucesso nos dias de hoje. Claro que a situação atual é diferente e a abundância de revelações é infinitamente menor, mas como o “1” é sempre melhor do que o “0”, vamos celebrar a safra de programas que visam revelar novos talentos da nossa música.
Nomes marcantes da interpretação e da composição nacional como Jair Rodrigues, Oswaldo Montenegro, Jessé, Elis Regina e até o mestre Tom Jobim, surgiram em programas sujeitos a votação e aprovação do público, mas os tempos eram outros.
O sucesso dos calouros nos programas já é notório também desde a época áurea do Programa Silvio Santos com seus jurados e a aprovação ou reprovação do auditório. A fórmula também funcionou muito bem, mas com um nível de qualidade dos candidatos muito mais elevado, no Programa Raul Gil por muitos anos.
Tirando os grandes artistas revelados nas décadas de 60 e 70, como citado acima e um sucesso bem considerável da Banda Malta no ano de 2015, geralmente os participantes e mesmo os vencedores acabam, caindo no ostracismo e o mercado musical acaba na mesma.
A grande esperança foi ter visto nas temporadas do programa Super Star exibido pela Rede Globo uma grande quantidade de bandas fazendo um som próprio ou autoral de muita qualidade e com diferentes estilos e tendências.
O vocalista da já “vintage” Skank, Samuel Rosa, ressaltou muito bem isto quando disse: “Nosso país precisa mais disso, ouvir coisas novas e sair da mesmice ...Rádios do Brasil, vamos tocar outros estilos, vamos tocar coisa nova”. Tá faltando mesmo, tá precisando mesmo que caiam os jargões como: “Uma vez calouro, sempre calouro”, por que esta é a forma mais rápida de detectarmos novos sons e timbres, vozes e estilos.
Mesmo não acreditando muito no sistema de votação pela internet, ainda assim esta pode ser, juntamente com canais de Youtube e ferramentas modernas de divulgação, a única forma de bebermos novamente da fonte da pluralidade musical!!!