Em março, o Cineclube Araucária promove em Campos do Jordão uma viagem panorâmica pelo Cinema Iraniano e, na sequência, presta homenagem às mulheres, no mês a elas dedicado, com a mostra Mulheres Que Fizeram História. Os eventos integram o projeto Cineclube Araucária – O Cinema de Volta a Campos do Jordão e têm entrada franca em todas as sessões.
O Panorama do Cinema Iraniano acontece entre os dias 17 e 20 de março (de quinta a sábado, às 19h30, e domingo, às 18h) apresentando, respectivamente: Gabbeh, Gosto de Cereja, Filhos do Paraíso e O Balão Branco. Já a mostraMulheres que Fizeram Histórias exibe, entre os dias 24 e 27 de março (nos mesmos horários), os respectivos filmes: O Processo de Joana D’Arc, Séraphine, O Ocaso de uma Estrela e Carmen Miranda: Bananas is My Business.
Para as crianças, as matinês continuam aos domingos, sempre às 15h. Neste mês serão exibidas as animações Uma Viagem ao Mundo das Fábulas (20/3) e Cinderela (27/3).
O projeto Cineclube Araucária - O Cinema de Volta a Campos do Jordão acontece com o apoio do ProAC (Programa de Ação Cultural do estado de São Paulo) e parcerias com a Secretaria Municipal de Cultura e AMECampos (Associação dos Amigos de Campos do Jordão). Iniciado em fevereiro, o projeto prevê, até novembro, a realização de 20 mostras de cinema. Além das já tradicionais mostras temáticas, a cada mês um país terá a sua filmografia exibida para o público jordanense, entre eles: Índia, Turquia, Brasil, Argentina, França, Canadá, China, continente africano e os já contemplados Polônia e Irã.
A programação de 2016 inclui também uma série de Palestras e Seminários, visando à formação profissional de novos cineastas, com produção de curtas-metragens que serão o foco da segunda edição do Festival Curta Campos do Jordão, previsto para ocorrer em dezembro no antigo Cine Glória (atual Espaço Cultural Dr. Além). Outros destaques são a realização do 6º Encontro Cinemúsica de Campos do Jordão e da exposição Cinema Ilustrado: A Oitava Arte, ambos em julho, na sede da AMECampos.
O Cinema Iraniano
Aos poucos as produções iranianas vêm conquistando espaço nas salas de exibição ocidentais, seja dentro de festivais e mostras especiais ou lançadas esporadicamente em circuito comercial como alternativa das distribuidoras. Filmes dirigidos por Abbas Kiarostami, Mohsen Makhmalbaf e Jafar Panahi chegam às telas nacionais com alarde da crítica especializada e certo interesse do público. No início do século XX, aconteceram no Irã as primeiras experiências cinematográficas, começando por registros oficiais e depois, já nas décadas de 40 e 50, surgiram importantes incursões no universo da ficção. No entanto, houve uma significativa mudança no cinema iraniano com a revolução liderada pelo aiatolá Khomeini, em 1979. Mais de 180 salas foram fechadas e as produções estrangeiras perderam espaço nas salas remanescentes. Uma das primeiras intervenções de Khomeini, quando voltou do exílio, foi queimar as películas estrangeiras. A população, com esse fervor revolucionário, resolveu incendiar também as salas de cinema. Nos últimos anos, apesar da carência de salas, o número de filmes produzidos no Irã está em torno de 70 por ano, o que o coloca entre os 12 países que mais realizam filmes no mundo. O resultado que chega ao ocidente, no entanto, são os chamados “filmes de arte”, que representam apenas cerca de 20% do que é produzido. Os outros 80% são filmes de entretenimento, com estética muito parecida com os filmes de Hollywood: comédias, filmes de ação, filmes sobre a guerra, com temáticas locais, mas com estética americana. A seleção para o Panorama do Cinema Iraniano recaiu sobre os filmes de arte realizados pelos grandes diretores da atualidade.
Mulheres que Fizeram História
No mês em que todo o mundo reverencia a figura feminina, o Cineclube Araucária decidiu abrir espaço na sua programação para prestar homenagem a algumas figuras que, com o seu modo de encarar a vida e comportamento marcante com que cumpriram sua missão, realmente fizeram história. Quatro foram as eleitas para terem as suas vidas lembradas na mostra temática de março, mas a homenagem se estende a milhões de mulheres que deixaram suas marcas gravadas na história da humanidade: Joana D’Arc (chefe militar na Guerra dos 100 Anos, canonizada santa da igreja católica, em 1920, morta na fogueira cinco séculos antes, acusada de heresia); Séraphine de Senlis (pintora primitivista francesa, autodidata, descoberta por uma feliz coincidência pelo crítico e colecionador alemão Wilhem Uhde quando trabalhava como empregada doméstica em sua casa de Senlis, na França); Billie Holiday (cantora à frente do seu tempo que até hoje, apesar de todas as dificuldades enfrentadas à sua época, influencia as novas gerações de intérpretes, com seu estilo personalíssimo); e Carmen Miranda (uma artista completa: cantora, atriz, estilista, foi percussora do tropicalismo e deixou sua marca de sucesso no Brasil e em todo o mundo).
PROGRAMAÇÃO – MARÇO / 2016
Panorama do Cinema Iraniano
· 17/03 (quinta, às 19h30) - Gabbeh (Gabbeh), de Mohsen Makhmalbaf. Irã. 1996. 75’. Livre.
Sinopse - Um casal idoso segue sua rotina de limpar o gabbeh, um tipo de tapete persa. Para ajudá-los, surge uma jovem chamada Gabbeh. Ela pertence ao clã cuja história é narrada nas imagens do tapete: a história do seu romance com o jovem cavaleiro, que costumava seguir sua tribo nômade à espera do consentimento de seu pai, para que os dois pudessem se casar.
· 18/03 (sexta, às 19h30) - Gosto de Cereja (Ta'm e Guilass), de Abbas Kiarostami. Irã. 1997. 99’. 14 anos.
Sinopse - O Sr. Badii viaja em seu carro pelos campos de Teerã à procura de um trabalhador que esteja disposto a ajuda-lo num plano que reflete toda a sua agrura e solidão e que culminaria em seu suicídio.
· 19/03 (sábado, às 19h30) - Filhos do Paraíso (Bacheha-Ye Aseman), de Majid Majidi. Irã. 1998. 90’. Livre.
Sinopse - Ali é um menino de nove anos proveniente de uma família humilde. Um dia ele perde o único par de sapatos da irmã Zahra e, para evitar a bronca dos pais, passa a dividir os próprios sapatos com ela. Enquanto isso, ele treina para vencer uma corrida, pois precisa do prêmio para comprar um novo par de sapatos para a irmã.
· 20/03 (domingo, às 18h) - O Balão Branco (Badkonk-e Sefid), de Jafar Panahi. Irã. 1995. 88’. Livre.
Sinopse – O primeiro dia da primavera é quando se comemora o ano novo no Irã. Razieh, uma garota de oito anos sonha em conseguir um peixe dourado para as festas, como manda a tradição. Quando convence a mãe a lhe dar o dinheiro, ela vai enfrentar uma série de dificuldades para ver seu desejo realizado. Câmera de Ouro no Festival de Cannes.
· MATINÊ – 20/03 (domingo, às 15h) - Uma Viagem ao Mundo das Fábulas (The Secret of Kells), de Tom Moore. Bélgica/França. 2009. 78’. Livre.
Sinopse - Em pleno século IX, Brendon, um jovem de 12 anos, vive no mosteiro de uma remota vila medieval que está sob o cerco de invasões bárbaras. Ele recebeu a importante e misteriosa missão de concluir e apresentar para o mundo o mais fantástico dos livros, o chamado Livro de Kells.
Mulheres que Fizeram Histórias
· 24/03 (quinta, às 19h30) - O Processo de Joana D’Arc (Procès de Jeanne D’Arc), de Robert Bresson. França. 1962. 65’. 14 anos.
Sinopse - Ao lado de A Paixão de Joana D’Arc, de Dreyer, esta é a mais genial e fascinante versão cinematográfica do martírio dessa importante figura da história da humanidade. Bresson reconstitui com seu rigor característico, a prisão, o julgamento e a execução de Joana D’Arc, baseando-se exclusivamente em documentos históricos.
· 25 de março (sexta, às 19h30) – Séraphine (Séraphine), de Martin Provost. França/Bélgica. 2008. 125’. 14 anos.
Sinopse - Baseado na história da pintora francesa Séraphine de Senlis. Em 1914, Wilhelm Uhde, um famoso colecionador de arte, aluga um apartamento afastado, para descansar da agitada vida que costuma levar em Paris. A faxineira do local tem quarenta anos e é uma mulher áspera. Convidado pela dona do prédio, ele nota na sala um pequeno quadro e fica surpreso ao saber que o artista é Séraphine.
· 26 de março (sábado, às 19h30) – O Ocaso de uma Estrela (Lady Sings the Blues), de Sidney J. Furie. 1972. 144’. 18 anos.
Sinopse - Em 1936, Billie Holiday foi presa em Nova Iorque sob a acusação de porte de drogas. Abandonada em uma cela, ela relembra os mais marcantes momentos de sua vida, desde os seus dias como ajudante de limpeza em um bordel até a sua performance triunfal no Carnegie Hall. Diana Ross recebeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz pela sua atuação na pele de Lady Day.
· 27 de março (domingo, às 18h) – Carmen Miranda: Bananas is My Business, de Helena Solberg. Brasil. 1994. 92’. Livre.
Sinopse - Cinebiografia da cantora portuguesa mais brasileira que já existiu: Carmen Miranda. Com a famosa cesta de frutas tropicais na cabeça ela conquistou a Broadway, Hollywood e o mundo.
· MATINÊ - 27 de março (domingo, às 15h) – Cinderela (Cinderela), de Clyde Geronimi e Wilfred Jackson. EUA. 1950. 75’. Livre.
Sinopse - Cinderela é obrigada a trabalhar como empregada para a sua madrasta e as duas filhas, que se preparam para o baile que será realizado no castelo do príncipe. Cinderela não poderia ir se não fosse a ajuda de sua fada-madrinha que dá a ela um lindo vestido e condições para que possa ir ao baile em alto estilo.
Serviço
Projeto Cineclube Araucária – O Cinema de Volta a Campos do Jordão
17 a 20/3 - Panorama do Cinema Iraniano
24 a 27/3 - Mulheres que Fizeram História
Local: Espaço Cultural Dr. Além
Av. Dr. Januário Miráglia, 1582, na Vila Abernéssia. Campos do Jordão/SP
Horários: quinta a sábado (às 19h30) e domingo (às 18h)
Matinê: domingo, às 15h
Grátis. Informações: (12) 3664-2300
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