Cultura - Música

A canja e o jabá ...

14 de Agosto de 2015

Por Cau Marques

Boa semana amigos da música! Parece título de Fábulas de Esopo eu sei, mas estes dois “pratos míticos” há muito habitam a realidade do mundo musical. O primeiro, facilmente admitido por quem pede e por quem executa, é oferecido como as sopas comunitárias doadas gentilmente nas madrugadas frias. Assim também acontece com artistas que saem distribuindo amostras de seu trabalho gratuitamente pelas casas de shows.

 
 

Desde meu ingresso na carreira musical, há quase 20 anos, o nome da mistura de arroz e galinha é palavra de ordem para inúmeros proprietários de casas “avaliarem” cantores e músicos. Até aí, é direito de cada um determinar o como se contratar alguém talentoso e competente para fazer o dia do show render dinheiro e divulgação. Mas depois do uso das redes sociais, YouTube e afins, seria mais justo e prático conhecer o trabalho de determinado artista pela internet. Não sou contra a canja! Apenas acho que ela deve ser feita fora do horário de funcionamento normal da balada. Já vi muita gente ganhando dinheiro em cima dos inexperientes que estão em busca de um lugar ao Sol, mas também já vi muita gente chata que não deixa o cantor trabalhar pedindo insistentemente para cantar uma! Caramba ... vai num karaokê e coloca a música lá, treina, treina, monta um material e não atrapalha quem já está trabalhando. Nunca vi ninguém querendo dar “canja” de gerente, de engenheiro, de contador... enfim, não doem gratuitamente a SUA arte!

Apesar do peso das minhas frases, a canja é apenas um prato suave no banquete da música. O meu nojo intenso e pleno é pelo segundo prato.

Nascido da ideia de colocar uma “carne no feijão”, o JABÁ infelizmente ainda é muito consumido e apreciado por quem o cobra e facilita em muito a vida de quem o paga. Gravadoras, rádios, programas de TV, costumam abusar de certas cobranças. Alguns artistas tentam pagar o famoso Jabá até para se apresentarem em casas noturnas comuns que tenham garantia de público, só para mostrar o “trabalho”. Muitas vezes, por ser proibido, é dito pelos corredores e por alguns assessores apenas que existe um custo de produção!

Ainda bem que isto vem sendo visto de perto e muita gente já caiu por praticar tais cobranças, mas podem acreditar, ela ainda existe em grande escala aqui no País das Maravilhas.

Fico aqui na torcida para que o Jabá dê piriri em quem o comeu e, a Canja...que seja servida antes, ou que seja paga na conta ! 

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