Por Cau Marques
Boa semana amigos da música! Muitas vezes abre-se a discussão sobre o que vem primeiro ou que se destaca mais: a música ou o artista? Esse dilema é muito comum nas rodas de discussão musical, principalmente nos últimos tempos. Parece algo do tipo, “o ovo ou a galinha?”, mas existem alguns casos realmente muito curiosos onde a obra transcende o criador e vice e versa.
Muito recentemente aconteceu um fenômeno sem precedentes, principalmente para a música sertaneja. A música que mais parecia uma brincadeira, “Ai se eu te pego”, gravada pelo competentíssimo Michel Teló, atingiu proporções gigantescas para a música brasileira. O mundo já parou diversas vezes para ouvir vários filhos deste solo e posso citar facilmente: Tom Jobim, Vinicius, João Gilberto, Sérgio Mendes, Roberto Carlos, os Mutantes ,Elis Regina, Secos e Molhados, Sepultura e até Nelson Ned e Wilson Simonal entre outros. A questão é que desta vez foi uma febre, muito parecida com a “Macarena” dos anos 90.
A diferença é justamente esta. Se perguntarem pra 90% das pessoas se conhecem a música Macarena, a resposta é “SIM”. Mas se perguntarem qual o artista ou grupo que canta a música a resposta é: “NEM IMAGINO”. A título de curiosidade, quem lançou a “Macarena”, foi o grupo “Los del Rio”(1994), mas o que importa é que neste caso, a música superou o artista de longe. Apesar de ter feito uma tour mundial de muito sucesso, o nome de Michel Teló talvez não tenha atingido a grandeza e o alcance de sua música e muita gente acabou por não ligar “o nome a pessoa”. Se isso tivesse acontecido, acho que o Michel seria tão conhecido no mundo da música como o Ronaldo fenômeno foi para o futebol.
Acredito que isto vem acontecendo com muito mais frequência depois do uso do You Tube e das ferramentas de divulgação atreladas à internet e as redes sociais de uma maneira geral. Notem que nos casos dos artistas que citei acima, eles estão acima das suas músicas, talvez por que todos sejam de uma época anterior ao uso massivo da internet, e com algumas obras-primas como: Garota de Ipanema e Detalhes, mas também acredito na força e no carisma do próprio artista. Roberto Carlos e seus mais de 40 anos de sucesso que o digam. Mas pra quem está aqui no Brasil, a importância de feitos como o de Teló são muito relevantes. No meio sertanejo ainda colhe-se os frutos do sucesso do gaiteiro e do seu “nossa, nossa”. O que importa é figurar no cenário mundial com o som da nossa terra, independentemente de gostos e tendências.
Acredito que este fenômeno possa ter acontecido também no caso do Cristiano Araújo, pois sua música já tinha ido muito mais longe do que ele mesmo, e este estava fazendo o roteiro do sucesso para consolidar sua já bem sucedida carreira.
As músicas de qualidade e os artistas competentes (recentes e antigos) são e serão sempre bem vindos! Música nunca é demais e a arte deste nosso país gigantesco é influência para o mundo todo.