Viver - Saúde

Características nutricionais do óleo de palma

27 de Novembro de 2013

*por Dr. Fabio Cardoso de Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

 

Tendo em vista as orientações atuais que recomendam a ausência de ácidos graxos trans (TFA) na dieta da população, o óleo de palma passa a ser um recurso ainda mais importante para as indústrias de alimentos (WHO,2008).

Além de ser livre de TFA, pois não necessita do processo de hidrogenação para obter viabilidade técnica, o óleo de palma possui um equilíbrio entre ácidos graxos saturados e insaturados, e apresenta conteúdo significativo de vitamina E, principalmente na forma de tocotrienóis (EDEM,2002).

As propriedades nutricionais dos tocotrienóis do óleo de palma têm sido exaustivamente estudadas, incluindo as atividades antioxidantes, efeitos antineoplásicos, redução do risco para aterosclerose e diminuição do colesterol total (SUNDRAM, 2003).

A existência de evidências que comprovam a associação da vitamina E ao menor risco para doenças inflamatórias, neurológicas (como Alzheimer e Parkinson) e diabetes.

Vale ressaltar que os tocotrienóis raramente são encontrados em produtos vegetais, com exceção dos óleos de palma e de arroz. A presença desses antioxidantes contribui para a estabilidade do óleo, tanto pela interrupção da oxidação lipídica (por meio da inibição da formação de hidroperóxidos) como pela suspensão do processo de decomposição (impedimento da formação de aldeídos) (SUNDRAM, 2003).

Com relação aos benefícios cardiovasculares, pode-se destacar a capacidade dos tocotrienóis na regulação da pressão arterial, no controle da glicemia e triglicérides, na elevação dos níveis plasmáticos de vitamina C e na diminuição dos níveis séricos do colesterol total devido à redução da síntese do LDL-colesterol e aumento do HDL-colesterol. Os tocotrienóis também têm a interessante propriedade de diminuir o volume das placas de ateroma na parede dos vasos, restringindo sua obstrução, bem como reduzir o estresse oxidativo.

Da mesma forma que ocorre com todos os tipos de óleos, os triacilgliceróis (TG) são os principais constituintes do óleo de palma. Os TG são componentes formados por uma molécula de glicerol esterificado com três moléculas de ácidos graxos (IOM, 2005).

O óleo de palma possui ácidos graxos saturados (SFA) e insaturados (UFA) em porções similares, sendo que os principais são palmítico e oleico, cerca de 43,5% e 39,8% respectivamente, como mostra a tabela 1:

Tabela 1: Composição típica de ácidos graxos do óleo de palma (%)Nomenclatura

Extensão da cadeia de ácido graxo

Média

Variação observada

Desvio Padrão

Palmítico

16:0

43,5

39,2 - 45,8

0,95

Oleico

18:1

39,8

37,4 - 44,1

0,94

Linoleico

18:2

10,2

8,7 - 12,5

0,56

Esteárico

18:0

4,3

3,7 - 5,1

0,18

Mistírico

14:0

1,1

0,9 - 1,5

0,08

Láurico

12:0

0,3

0 - 1

0,12

Linolênico

18:3

0,3

0 - 0,6

0,07

Palmitoleico

16:1

0,2

0 - 0,4

0,05

Araquídico

20:0

0,2

0 - 0,4

0,16

 

* Dr. Fabio Cardoso de Carvalho é cardiologista intervencionista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP). Possui título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e Associação Médica Brasileira e título de especialista em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, conferido pela Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista e Associação Médica Brasileira.

 

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