Viver - Saúde

Estudo revela alterações no ciclo menstrual após as vacinas contra covid-19

11 de Fevereiro de 2022

Segundo especialista, mudanças são leves e provisórias, e não devem preocupar mulheres que receberam o imunizante

Um estudo publicado no início do mês na revista científica Obstetrics & Gynecology revelou que a aplicação da vacina contra covid-19 promoveu pequenas mudanças no ciclo menstrual de mulheres. As informações são do site Ig Saúde.

Mulheres notaram alterações no ciclo após a vacina | Foto: Pexels

Os autores da pesquisa analisaram os dados reportados em um aplicativo de rastreamento de fertilidade que permite o uso dos dados não identificados para pesquisas. Lá, as usuárias inserem informações sobre temperatura e ciclos menstruais.

Os especialistas notaram que em média, a primeira dose de vacinação foi associada a um aumento de 0,71 dias na duração do ciclo, e na segunda dose, um aumento de 0,91 - em ambas as situações, menos de um dia.

Segundo o ginecologista Dr. Luciano Curuci, as alterações não devem ser motivo de preocupação. "Os estudos mostram que isso não é duradouro, durando no máximo três meses, por uma pequena fração de dias, e não deve preocupar. Existem vários fatores que podem alterar o fluxo, não só a vacina - o próprio fator emocional, com o stress causado pela pandemia, pode alterar o ciclo menstrual, bloqueando a ovulação e causando a ausência da menstruação, ou em alguns casos essa perda de sangue ou uma hemorragia", explica.

"A vacina também pode fazer algumas alterações no organismo porque traz uma reação - a intenção é essa, uma reação. As mulheres podem procurar o ginecologista, relatar o que está acontecendo, mas não devem se preocupar porque não é um efeito que vai ser duradouro".

Curici lembra que a comunidade médica ainda está aprendendo com as vacinas contra a covid-19, por tratar-se de um imunizante criado há pouco mais de um ano.

"Não é comum toda vacina causar alteração de ciclo, mas estamos aprendendo sobre a vacina do covid-19, vivenciando a criação e o uso na população em geral. É tudo muito novo", afirma.

As alterações não podem - e não devem, segundo o médico, se tornarem um impeditivo para que as mulheres não se vacinem contra a covid-19.

"Como já falamos, apenas uma parcela das mulheres apresentam essa alteração. Isso não deve se tornar uma contra-indicação [para a vacina]. Se ocorrer, entre em contato com o seu médico e relate o ocorrido para que seja observado. Caso a mulher esteja usando um contraceptivo hormonal, pode checar também essa alteração com o ginecologista, mas não há risco de trombose, por exemplo, se agregá-lo à vacina. Deve sim, tomar vacina, e deve sim continuar se protegendo de uma eventual gravidez indesejada."

O estudo observou 3.959 indivíduos - 2.403 vacinadas e 1.556 não vacinadas com doses da Pfizer e da Moderna.

Comentários
Assista ao vídeo