Notícias - Autoridades

Palácio dos Bandeirantes recebe bazar com mais de 3.000 peças produzidas em projeto beneficente

6 de Novembro de 2013
Luiza Helena Silva, esposa do vice-presidente artístico da Record, Marcelo Silva (à esq.); a primeira-dama de SP, Lu Alckmin, e Patrícia Costa, esposa do presidente da Record, Luiz Cláudio Costa/ Foto:Eduardo Enomoto/R7

O orgulho ao mostrar as peças produzidas pelos alunos da Escola de Moda do FUSSESP (Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo) dá uma ideia do significado do projeto para a primeira-dama de São Paulo, Maria Lúcia Guimarães Ribeiro Alckmin, conhecida como Lu Alckmin. O entusiasmo só perde para a emoção. De repente, o choro interrompe a fala e ela pede um lenço para secar as lágrimas.

— A gente não chora só de tristeza. A gente chora de alegria, de felicidade, de emoção. Meu choro é de felicidade, de realização. Junto com a equipe do Fundo Social, a gente tem podido transformar vidas. Isso para mim é tudo.

Lu Alckmin, que preside o FUSSESP, conta como surgiu a ideia da escola.

— Em 2010, andando pela periferia de São Paulo e conversando com mulheres muito carentes, elas me falaram que as mulheres, depois dos 40 anos, não conseguiam mais emprego. Conversando com estilistas, com empresários, eles me disseram que estavam faltando costureiras e bordadeiras no mercado de trabalho.

Leia mais notícias de São Paulo

Em 2011, o projeto é lançado e o sucesso foi tão grande, segundo destaca a primeira-dama, que ele se estendeu para o interior do Estado.

— No ano passado, nós inauguramos 28 polos regionais da Escola de Moda no interior e 28 polos regionais da Escola de Moda na capital, com curso de corte e costura.

Nesta quarta-feira (6), acontece a terceira edição do Bazar da Escola de Moda, que coloca à venda sua produção. Serão mais de 3.000 peças de vestuário, acessórios e decoração para casa, produzidas neste ano pelos alunos dos cursos de Roteiro de Costura, Bordado em Linha, Bordado em Pedraria, Crochê e Confecção de Caixas. A verba arrecadada com a venda será destinada para a continuidade do projeto, que tem como meta oferecer capacitação, facilitando a inserção do aluno no mercado de trabalho.

A voz volta a ficar embargada quando ela se lembra das mais de 9.500 pessoas que foram qualificadas pela escola.

— Estamos aqui de passagem e a única coisa que nós podemos levar é o bem que fizemos na terra. Pensar que só na Escola de Moda já qualificamos mais de 9.500 pessoas, isso é maravilhoso. Eu sou só um grãozinho de areia. As professoras são a alma da escola. Recebem com amor aquelas pessoas, muitas delas tão humildes. Se não forem recebidas com amor, elas não voltam. Elas chegam, a sua maioria, com depressão, achando que não serão capazes. Quando chegam ao curso e veem o que produziram, choramos todos juntos.

Presente na pré-estreia do bazar, Patrícia Costa, esposa do presidente da Rede Record, Luiz Cláudio da Silva Costa, diz ter ficado encantada com o projeto e com o comprometimento da primeira-dama.

— A característica do ser humano é essa. Somos capazes de aprender algo novo. Há uma janelinha que precisa ser aberta, e o que a equipe da dona Lu, junto com ela, realiza com esse comprometimento, com o desenvolvimento desse projeto, é isso: abrir a janela [...] É como ela falou: “Não estou dando o peixe. Estou ensinando a pescar. E todo ser humano precisa de autonomia, descobrir: 'Eu sei andar com minhas próprias pernas'”.

Igualmente impressionada, Luiza Helena Silva, esposa do vice-presidente artístico da Rede Record, Marcelo Silva, enfatiza a qualidade do acabamento dos produtos.  Ela também ressaltou a importância das “portas” que são abertas pelo projeto.

— Acho bacana é que foram pessoas que pensavam que não sabiam fazer nada.

“Mudou minha vida”

Ex- aluna de corte e costura, a bancária Patrícia dos Santos, 27 anos, atualmente faz o curso de modelagem da Escola de Moda. Ela revela que a oportunidade deu novo rumo a sua vida. No início, Patrícia questionou se “daria conta” e se surpreendeu com o resultado.

— O projeto mudou a minha vida. Eu não sabia nem colocar uma linha na agulha. Quando comecei, fiquei com medo de não conseguir. Mas as professoras me motivaram.

Hoje, ela colhe os frutos do conhecimento que adquiriu.

—  Fiz uma necessaire para dar de presente e a moça levou para o trabalho dela. Foi um super sucesso e acho que vendi mais de 30. Falei: “Isso está dando certo”. Desenvolvi outras coisas e estou vendendo muita coisa [...] Estou ganhando dinheiro com isso. E vou dizer que não é pouco.

A bancária conta que já pensa em mudar de ramo.

— Alguns amigos me falam: “De repente, acho melhor você mudar de profissão”. Confesso que já estou pensando. Estou cada vez mais amando. Agora, faço modelagem e estou me redescobrindo. Estou saindo dessa área financeira e olhando para uma outra área.

A policial militar Patrícia Aureliano, 38 anos, é outra que descobriu novas potencialidades com a Escola de Moda. No início, ela procurou o curso de corte e costura para atender a uma necessidade específica.

— A princípio, eu precisava aprender um pouco de corte e costura, porque tenho um tio tetraplégico e toda roupa dele tem que ser sob medida.

Ela acabou tomando gosto pelo ofício e emendou no curso de modelagem.

—  Adoro aprender. Tanto que sou fisioterapeuta e técnica em enfermagem. Eu gosto de sempre agregar novos conhecimentos. Isso enriqueceu demais a minha vida.

Segundo Lu Alckmin, os cursos são gratuitos e os alunos estudam três horas por dia. Eles ganham lanche, material didático e vale-transporte As aulas acontecem de segunda a sexta-feira e duram dois meses.

— Aqueles que estão desempregados e não recebem nada do governo, no final, depois da formatura, recebem R$ 420 da bolsa-auxílio. Damos no final para que eles não desistam do curso. No dia da formatura, além de receberem um diploma, recebem também gratuitamente um kit referente ao curso que fizeram.

Comentários
Assista ao vídeo