Viver - Saúde

Empoderamento feminino por Dr Thiago Melo

21 de Agosto de 2020

No mundo globalizado onde todas as pessoas se conectam nos quatro do mundo 24 horas por dia, em redes sociais, internet, vídeo-chamadas e outros, todos nós, independente da vida profissional, temos uma vida social e pessoal, com nossos desejos, nossas vontades e acima de tudo nosso modus operandi do dia a dia. Por falar em rede social e internet, com toda certeza você já ouviu falar que a medicina vive em constante evolução, revendo conceitos e quebrando paradigmas, principalmente na forma de se comunicar com nossos pacientes. Logicamente a rede social nos deixa expostos de uma forma a ser amados, seguidos, julgados e até odiados, mas ela trás esse legado da facilidade da conexão com alguém que seria a principio distante. Porém este alguém tem a obrigação de saber que do outro lado não se trata de uma “Pessoa Jurídica”ou marca, e sim de um ser humano com todos os anseios dele.

Contudo, não foi isso que apontou o estudo conduzido por os pesquisadores americanos, e publicado no respeitável Journal of Vascular Surgery, o qual abordou sobre impacto do "conteúdo de mídia social disponível ao público" e como ele poderia afetar as escolhas médicas de futuros pacientes.

Segundo o site americano Insider, após a análise das redes sociais de mais 235 profissionais da saúde, a pesquisa intitulou como “um comportamento antiprofissional” as fotos publicadas por mulheres em trajes de banho, como biquinis e maiôs e fotos que demonstravam o consumo de álcool.

O citado estudo, totalmente agregado a militância da discriminação de gênero, colocou em questionamento a capacidade intelectual, dignidade e decência, não só das médicas americanas, mas também de médicas brasileiras e das demais profissionais da saúde, que se viram vítima do machismo médico e da misoginia que tanto combatemos.

Associar a postura, seriedade, capacidade e competência intelectual de qualquer profissional a fotos postadas em rede sociais no gozo de momentos de lazer entre famílias e amigos, é um pensamento antiquado, que não condiz com a evolução que a medicina e principalmente o mundo devem ter. Fotos de biquinis, maiôs ou com copos de bebidas alcoólicas não desabonam a conduta ética e profissional de médicas e milhares de profissões exercidas por mulheres.

O antiquado estudo americano, torna esta uma ocasião favorável para chamar a atenção à luta de igualdade de direitos entre homens e mulheres. Sob a onda de empoderamento feminino e da sororidade entre as mulheres, fatos machistas são fatores fundamentais para que elas possam lutar pelos seus direitos.

Mesmo com a retratação da revista, ocasionada apenas por uma enxurrada de criticas e postagens com hashtag #medbikini pelo mundo, ficam algumas brechas que devemos lutar para que sejam enterradas, ainda existe sim desigualdade e principalmente julgamento alheio com o infeliz machismo encrustado na sociedade e acima de tudo lembrar que o fato de ser médico, homem ou mulher, não nos faz diferentes socialmente do restante da população. Adoencemos, festejamos, viajamos, bebemos, confraternizamos e temos a obrigação de aproveitar nossas vidas pessoais em paralelo ao crescimento profissional. O fato de julgarmos uns aos outros mostra mais quem somos do que o próprio julgado em questão.

Autor:

Dr. Thiago Melo

Cirurgião Vascular – RQE 12084

Membro da diretoria de marketing da

Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular

@drthiagomelo

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