Colunistas - Rodolfo Bonventti

Ivani Ribeiro – (20/02/1922 – 17/07/1995) - Uma pioneira das telenovelas brasileiras

31 de Julho de 2020

Nascida Cleide Freitas Alves na cidade de São Vicente, no litoral paulistano, ela veio para São Paulo no início da década de 1940 para cursar Filosofia.

Ela se apaixonou pelo rádio e adotou o nome artístico de Ivani Ribeiro, interpretando canções folclóricas e criando pequenos textos para o programa “Teatrinho da Dona Chiquinha”  na Rádio Educadora.

Ivani se arriscou como radioatriz e se transferiu primeiro para a Rádio Difusora e depois para a Rádio Tupi de São Paulo. Mas foi na Rádio Bandeirantes, ao lado do marido Dárcio Ferreira, um premiado locutor, que ela investiu em escrever e adaptar inúmeras peças para o programa “Teatro Ivani Ribeiro”.

Foi para a televisão em 1952 para escrever a série “Os Eternos Apaixonados” para a TV Tupi. Ao mesmo tempo ela continuava a escrever radionovelas para a Rádio Bandeirantes. Seguiu para a TV Record onde escreveu sua primeira telenovela, “A Muralha”, em 1957.

Com o surgimento da TV Excelsior, em 1960, Ivani Ribeiro foi uma das primeiras contratadas da emissora para ser a redatora das peças do programa “Teatro Nove”. A primeira novela diária dela na televisão foi “Corações em Conflito”, em 1963, na Excelsior.

E foi a partir da próxima novela, uma adaptação do texto argentino de “A Moça que Veio de Longe”, que ela se tornou uma das nossas mais premiadas e admiradas novelistas. O sucesso da novela, estrelada por Rosamaria Murtinho e Hélio Souto, fez de Ivani a principal autora da TV Excelsior.

Na década de 1960, Ivani escreve novelas de grande sucesso, uma atrás da outra, como “A Deusa Vencida”; “A Grande Viagem”; “As Minas de Prata”; “O Terceiro Pecado”; “A Muralha” e “Os Estranhos”.

Em 1970, com a falência da TV Excelsior, Ivani se muda para a TV Tupi e lá emplaca grandes sucessos que ameaçam a audiência da TV Globo, como é o caso de “Mulheres de Areia” em 1973; “Os Inocentes” em 1974; “A Barba Azul” em 1974; “A Viagem” em 1975; “O Profeta” em 1977 e “Aritana” em 1978.

Com o fechamento da TV Tupi, Ivani Ribeiro vai para a TV Bandeirantes escrever o sucesso “Cavalo Amarelo”, protagonizado por Dercy Gonçalves, Yoná Magalhães e Fulvio Stefanini. E ainda escreve “Os Adolescentes” antes de se transferir para a TV Globo.

Em 1982, estréia na TV Globo com a telenovela “Final Feliz” no horário das 19 horas. E dois anos depois adaptou a peça “O Avarento” para o horário das 18 horas que se transformou em “Amor Com Amor se Paga”, outro sucesso.

A partir daí, são costumeiros os remakes de novelas antigas de Ivani na TV Globo. Foi o caso de “Hipertensão”, baseada em “Nossa Filha Gabriela”, exibida em 1971 na TV Tupi; “O Sexo dos Anjos”, nova versão de “O Terceiro Pecado”; “A Gata Comeu”, remake da versão que se chamou “A Barba Azul” na TV Tupi; “Mulheres de Areia” que na versão global foi exibida em 1993 no horário das 18 horas, e o sucesso “A Viagem” em 1994 que repetiu a alta audiência que havia conseguido na versão da TV Tupi em 1975.

Ivani Ribeiro morreu de uma insuficiência renal aos 73 anos de idade, exatamente 20 dias após o falecimento de seu marido, Dárcio Alves Ferreira, com quem foi casada por mais de 50 anos.

A TV Globo voltaria a homenagear a obra de Ivani Ribeiro em 2000 com o lançamento da minissérie “A Muralha”, baseada na novela que ele escreveu para a TV Excelsior e em 2006 com a adaptação de “O Profeta”, grande sucesso na TV Tupi, para o horário das 18 horas da TV Globo.

Ivani Ribeiro escreveu novelas para o rádio e para a TV por quase 50 anos, e se transformou no maior nome feminino da nossa teledramaturgia.

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