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Senhora idosa escravizada em bairro nobre pode ser indenizada em R$ 500 mil

29 de Junho de 2020

A trabalhadora doméstica de 61 anos, mantida em situação analoga à escravidão em um casa no Alto de Pinheiros, bairro nobre de São Paulo, poderá receber uma indenização de até R$ 500 mil, segundo o MTP-SP (Ministério Público do Trabalho). Além da indenização, a defesa pediu uma pensão para que ela possa se manter até o final do processo e que o imóvel fosse bloqueado. A patroa, que era executiva da empresa de cosméticos Avon, foi demitida. 

A idosa era vítima de agressão, maus tratos, constrangimento, tortura psicológica, violência patrimonial e exploração do trabalho pelos empregadores foi resgatada da casa onde morava na zona oeste da capital. A inspeção foi motivada por denúncias recebidas pelo Disque 100 do governo federal.

Prisão e resgate

Em uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho, com a participação do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado, uma equipe do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) cumpriu um mandado de busca e apreensão no imóvel.
Uma das empregadoras foi presa em flagrante. A vítima trabalhava para a família desde 1998. Ela pagou fiança e foi liberada.

Ao chegar na residência, o grupo encontrou a empregada em um depósito de móveis, no quintal da casa, dormindo em um sofá velho, sem receber alimentação, sem acesso a banheiro e sem salário regular. Os relatos de testemunhas confirmaram a situação de “trabalho escravo moderno”, agravada pela vulnerabilidade da vítima.

Em depoimento, moradores vizinhos ao imóvel informaram que a doméstica trabalhava para os moradores da residência em troca de moradia e que, por várias ocasiões, a ajudavam com alimento e itens de higiene. Eles também relataram episódios de discussão e de omissão de socorro.

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