Colunistas - Rodolfo Bonventti

Uma típica família italiana em pleno Rio de Janeiro, a atração de Pão Pão, Beijo Beijo

4 de Junho de 2020

A história da telenovela “Pão Pão, Beijo Beijo”, escrita por Wálter Negrão para o horário das 18 horas em 1983, deveria se passar em São Paulo e no bairro do Bixiga, mas a TV Globo decidiu que ela iria ser totalmente gravada no Rio de Janeiro.

O maior problema é que o núcleo central era formado por uma autêntica família italiana, dona de uma rede de cantinas, e a ação foi acabar em plena Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Arnaud Rodrigues e Cláudio Marzo em Pão Pão Beijo Beijo de 1983
 

Com direção de Gonzaga Blota e Henrique Martins, o segundo importado de São Paulo, a novela rendeu bons índices de audiência, mas não conseguiu superar os de sua antecessora, a novela “Paraiso”.

Era a história do misterioso Ciro Cerqueira, um simples motorista de ônibus que acabava se envolvendo romanticamente com as duas netas de uma poderosa mamma italiana, e se transformava em executivo da rede de cantinas da tradicional família italiana.

O quarteto central foi muito bem defendido por Cláudio Marzo como Ciro; Elizabeth Savalla como a sedutora e mandona Bruna; a sempre bela Maria Cláudia vivendo a simpática e muito responsável Luísa e Edwin Luisi como o bem sucedido Júlio, o eterno noivo de Bruna.

Mas a grande atração de “Pão Pão, Beijo Beijo” eram duas famílias, a de mamma Vittoria Cantarelli, brilhante trabalho da veterana Lélia Abramo, formada pelo filho bonachão Giggio, um dos poucos trabalhos do ator Mário Benvenutti na televisão; sua esposa Loreta interpretada por Renata Fronzi, o cunhado folgado Guido, bom trabalho de Laerte Morrone e as duas netas Bruna e Luisa.

A outra família representava o lado pobre e ao mesmo tempo cômico da história, que envolvia o humilde e engraçado nordestino Soró Sereno, grande atuação do ator e humorista Arnaud Rodrigues, e era formada também por sua tia Lalá Sereno, outro bom trabalho da atriz Regina Dourado e da sofrida mas  boa conselheira, dona Ana Sereno vivida intensamente pela veterana Laura Cardoso.

Com um elenco numeroso onde ainda apareciam em papéis de destaque, Dionísio Azevedo, Norma Geraldy, Flora Geny, Henrique Martins, Paulo Guarnieri, Tássia Camargo, Cássio Gabus Mendes, Cleyde Blota, João Carlos Barroso, Élida L’Astorina, Paulo Gonçalves, Monique Alves, Paulo Vignolo, Tânia Loureiro, Felipe Donovan, Marcela Muniz, Cinira Camargo e Reynaldo Gonzaga, a novela ficou mais de seis meses no ar.

Outro destaque da telenovela foi a música de abertura, uma canção inocente do grupo Rádio Táxi chamada “Sanduíche de Coração” e que foi um dos grandes sucessos musicais do ano de 1983.

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