Cultura - Música

Primeira noite do Carnaval de São Paulo

22 de Fevereiro de 2020

Após um ano de trabalho e preparação chegou o tão esperado evento, a maior apresentação de teatro a céu aberto do mundo: desfile das escolas de samba.

A prefeitura de São Paulo mais uma vez deu um show de profissionalismo, organização e gestão. Tudo impecável, desde a chegada no estacionamento até o incrível Camarote da Cidade, que conseguiu reunir boa gastronomia, com o Paris6, drinks, música eletrônica no intervalo das apresentações em ambiente limpo e agradável.

As arquibancadas estavam lotadas.

Nesta primeira noite, em que o tempo ajudou e não choveu, protagonizaram esse grande show as seguintes escolas, aqui mencionadas em ordem de apresentação:

  • BARROCA ZONA SUL

Voltou no ano passado ao grupo especial das escolas e abriu o desfile contando a historia de Tereza de Benguela, uma escrava quilombola, originária de Angola e que lutou contra a escravidão no século 18.

O Quilombo de Quaritere no Matro Grosso do Sul, era originalmente liderado por José Piolho, marido de Tereza. A viuvez colocou Tereza na direção do grupo, que foi organizado com sistema similar ao parlamentar.

O desfile marcou a estreia da musa Renata Spallici como rainha de bateria.

  • TOM MAIOR

O enredo coisa de preto mostra como os negros chegaram ao Brasil e contribuíram para a construção da nação brasileira.

Lembrou muitos artistas, intelectuais, e grandes nomes que fizeram e formaram a cultura afro-brasileira.

Um dos pontos altos do desfile foi o quinto carro, que debateu a luta por justiça e fez referência à Marielle.

A alegoria trouxe uma escultura gigante de Marielle Franco, assassinada em 2018, no Rio de Janeiro. De acordo com a escola de samba, a ideia foi simbolizar o quanto a morte da vereadora foi importante para despertar movimentos sociais de luta por igualdade racial e de gênero.

  • DRAGÕES DA REAL

Trouxe o enredo que fala sobre a revolução do riso, passando pelos sete dias de criação, onde, após chorar de tanto rir Deus teria criado a alma humana.

Passa pelas festas de Dionisio – deus do vinho, Moliere, Shakespeare, Chaplin.

Critica a censura com pitadas de muito humor.

Um dos destaques foi o carro Humor em Tempos de Cólera, que trouxe uma representação de O Grande Ditador, filme clássico com Charles Chaplin.

Na dispersão, o carro abre-alas da escola ficou preso em fios de eletricidade e provocou um atraso de mais de uma hora no início do desfile da Mancha.

  • MANCHA VERDE

Em busca do bicampeonato, a escola faz uma reflexã com o enredo: “Pai, perdoai, eles não sabem o que fazem”

A escola traz para avenida, guerras, preconceito e injustiças.

Viviane Araújo, rainha de bateria da agremiação, foi um dos principais destaques do desfile.

  • ACADÊMICOS DO TATUAPÉ

Homenageia a cidade de Atibaia, e seu folclore, povo, natureza e rios, com a forte marca da colonização oriental.

A história e contada com referencias de refrões de moda de viola.

Da origem rural ao desenvolvimento econômico da região, a agremiação passou pelos momentos mais importantes do município paulista.

A segunda alegoria foi um dos principais destaques do desfile. O carro trouxe a reprodução de uma maria-fumaça e, ainda, abordou a utilização da mão de obra escrava no processo de desenvolvimento da região.

  • IMPÉRIO DA CASA VERDE

Narra o surgimento da nação libanesa-brasileira, e a mistura etcnica de fenícios, hititas, assírios, hebreus, arabez, egípcios, curdos, turcos, gregos, romanos e babilônios.

Beirute, Carpadócia, São Jorge em meio  a cores e alegria.

O Império Marítimo, retratou o fundo do mar mediterrâneo da costa do Líbano. Valeska Reis foi a rainha de bateria da escola.

  • X9 PAULISTANA

No raiar do dia, aa batucada brasileira, com seus sons  e  ritmos influenciando as batidas do coração.

A narrativa começa na Africa e chega ao Brasil passando por maracatu, pandeiro, ganzá, folias de rei e forro.

Entre os famosos que desfilaram pela agremiação estavam Juju Salimeni e Daniele Hypolito. X-9 Paulistana tenta ser campeã novamente depois de 20 anos. O último título da escola foi em 2000.

Você sabe como a escola é avaliada pelos jurados?

São apresentados quesitos, que são, cada um, avaliados por 4 jurados que atribuem notas que vão de 8 a 10, com variação de 0,1.

No final a melhor e pior nota da escola são descartadas na composição da nota final.

Veja os critérios:

- Alegoria

- Samba-enredo

- Bateria

- Fantasia

- Mestre-sala e porta-bandeiras

- Comissão de frente

- Enredo

- Harmonia

- Evolução.

Hoje tem mais!

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