A epidemia de coronavírus que já infectou cerca de 6.000 pessoas (132 mortes) na China não deve durar mais do que cinco ou seis meses, avalia o médico pneumologista Zhong Nanshan, que descobriu um vírus parecido que provocou o surto de SARS (síndrome respiratória aguda grave) no país, em 2003.
O primeiro caso foi registrado em 1º de dezembro de 2019. Segundo o especialista, o pico da doença deve ocorrer em até dez dias.
"Depois disso, não deve aumentar em larga escala [o número de casos]. A epidemia de SARS durou entre cinco e seis meses. Eu acredito que o surto do novo coronavírus não dure esse tempo todo", afirmou à agência de notícias estatal Xinhua.
Zhong classificou as medidas tomadas pelo governo chinês como "fortes" e capazes de conter o avanço da doença.
"Desde que a doença começou a se espalhar entre famílias e nos hospitais, medidas muito fortes foram tomadas em nível nacional, especialmente em termos de detecção precoce e isolamento."
A taxa de mortalidade entre os casos confirmados é de 2,3%. Então, essa taxa de mortalidade não é particularmente alta, mas é [um vírus] bastante contagioso.
O fato de o número de casos confirmados ter saltado de 200 para mais de 4.000 em uma semana é explicado pelo especialista.
"O diagnóstico agora leva menos tempo. Provavelmente, os casos já existiam [há alguns dias], mas agora a detecção está muito mais rápida. O diagnóstico pode levar de 3 a 4 horas."
