Cultura - Teatro

O coletivo Legítima Defesa traz o espetáculo "Black Brecht: E se Brecht fosse negro?"

28 de Janeiro de 2020

Black Brecht: E se Brecht fosse negro?
Livremente inspirada na peça “O Julgamento de Luculus”, de Bertolt Brecht

foto de divulgação
por Cristina Maranhão

Perante o Supremo Tribunal do Reino das Sombras apresenta-se Luculus Brasilis, o general civilizador, que precisa prestar contas da sua existência na terra para saber se é digno de adentrar no Reino dos Bem-Aventurados. Sob a presidência do juiz dos Mortos, cinco jurados participam do julgamento: um professor, uma peixeira, um coveiro, uma ama de leite e um não-nascido. Estão sentados em cadeiras altas, sem mãos para segurar nem bocas para comer, e os olhos há muito apagados. Incorruptíveis.

A partir deste enredo a trama da peça foi sendo construída, com início durante a ocupação do Legítima Defesa, no próprio Sesc Pompéia, em novembro de 2017. Em duas imersões abertas ao público (estudos e dramaturgia), foram dez dias de trabalho. Em março de 2018, também na Unidade, foi apresentado ao público mais uma etapa, com um módulo de imersão (encenação).

Peça tem direção de Eugênio Lima e dramaturgia de Dione Carlos.

Em junho de 2018 o projeto "Black Brecht: E se Brecht fosse Negro?" foi contemplado com o Prêmio Zé Renato de apoio a Produção e Desenvolvimento da Atividade Teatral para a Cidade de São Paulo. A partir daí, durante nove meses o grupo Legítima Defesa se debruçou sobre aquilo que começou como uma provocação: E se Brecht fosse Negro? Nesta provocação, se Brecht fosse negro qual seria o lugar ocupado pela raça? Sua obra seria lida por uma perspectiva interseccional? Unindo classe, raça e gênero? Seria possível construir um espetáculo sobre uma perspectiva afro brasileira diaspórica da obra e dos procedimentos de Brecht?

Para compor o texto de Black Brecht, foram utilizados diversos materiais - escrituras coletivas, dramaturgias sonoras, gestos, outras imersões públicas, exposições e diversas intervenções urbanas.

Sobre o Legítima Defesa

O Legítima Defesa é um coletivo de artistas/atores/atrizes negrxs de ação poética, portanto política, da imagem da "negritude", seus desdobramentos sociais históricos e seus reflexos na construção da "persona negra" no âmbito das linguagens artísticas. Constituindo desta forma um diálogo com outras vozes poéticas que tenham a reflexão e representação da "negritude" como tema e pesquisa.
Este ato de guerrilha estética surge da impossibilidade, surge da restrição, surge da necessidade de defender a existência, a vida e a poética. Surge do ato de ter voz.

Ser invisibilizado é desaparecer, desaparecer é perder o passado e interditar o futuro, portanto não e´ uma opção.

Formado em 2015, o coletivo apresentou a performance poético-política "Em legítima defesa" na Mostra internacional de Teatro de São Paulo de 2016. Em 2017, estreou o espetáculo "A missão em fragmentos – 12 cenas de descolonização em legítima defesa" na programação da Mostra internacional de Teatro. Tem em sua bagagem uma série de Intervenções Urbanas. Atualmente, finaliza o processo da pesquisa "Black Brecht – e se Brecht fosse negro?", projeto contemplado pelo Prêmio Zé Renato 2018.

Ficha técnica
Direção: Eugênio Lima
Dramaturgia: Dione Carlos
Intervenção Dramatúrgica: Legítima Defesa
Elenco: Eugênio Lima, Walter Balthazar, Luz Ribeiro, Jhonas Araújo, Palomaris Mathias, Tatiana Rodrigues Ribeiro, Fernando Lufer, Luiz Felipe Lucas, Luan Charles, Marcial Macome e Gilberto Costa.
Coprodução: Associação Cultural Núcleo Corpo Rastreado e Umbabarauma Produções Artísticas
Produção Executiva: Iramaia Gongora e Gabi Gonçalves
Assistência de Produção: Thaís Souza
Direção Musical: Eugênio Lima e Neo Muyanga
Música: Luan Charles, Eugênio Lima, Neo Muyanga, Roberta Estrela D’Alva, Dropê Selva, Suyá Nascimento, Atila F. Silva, Everton Martins, Danilo Rocha, Thiago Bernardes e Pedro Teixeira
Cenário: Renato Bolelli
Iluminação: Matheus Brant
Fotografia: Cristina Maranhão
Vídeointervenção: Bianca Turner
Vídeodocumentário e Filme: Ana Júlia Travia
Trilha do Filme: letra Azagaia, voz Roberta Estrela D’alva, música Eugenio Lima
Figurino: Claudia Schapira
Preparação Corporal e Coreografia: Luaa Gabanini e Iramaia Gongora
Spoken Word e Preparação Vocal: Roberta Estrela D'Alva
Danças Urbanas Africanas: Mister Prav
Direção de Arte Gráfica: Jader Rosa
Design: Juliana Aguiar e Renan Magalhães -Estúdio Lumine
Operador de Som: João de Souza Neto, Clevinho Souza e Vivi Santana
Dançarinas: Regina Santos e Malu Avelar
Intérpretes de Libras: Érika Mota, Thalita Passos, Luana Manine e Carol Martins
Costureira: Cleusa Amaro da Silva Barbosa
Gravação, Edição, Mixagem e Masterização: Rodrigo Locaut
Imagem de Vídeo: Sabotage: "Respeito É Pra Quem Tem"- Tatiana Lohmann
Fotografia Baobá: Daniel Lima
Estandarte: Renato Caetano

Realização: Coletivo Legítima Defesa, Umbabarauma Produções Artísticas, Centro Cultural São Paulo e Prefeitura de São Paulo.

SERVIÇO:
Black Brecht: E Se Brecht Fosse Negro?
De 31 de janeiro à 01 de março de 2020
(sexta a sábado as 21h, domingo as 20h.)
Centro Cultural São Paulo - CCSP
Espaço Cênico Ademar Guerra
R. Vergueiro, 1000 - Paraíso, São Paulo - Metrô Vergueiro
Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada)
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 18 anos.
Duração: 90 minutos aproximadamente

Obs: Não haverá apresentação nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro.

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