Viver - Saúde

China isola cidades e 18 milhões de habitantes não podem viajar

23 de Janeiro de 2020

A China isolou nesta quinta-feira (23) três cidades que estão no epicentro de um surto de um novo coronavírus que matou 17 pessoas e infectou quase 600, enquanto autoridades de saúde de todo o mundo trabalham para evitar uma pandemia global.

Cerca de 18 milhões de pessoas não podem viajar de trens e aviões. Além disso, os transportes públicos locais também foram fechados por tempo indeterminado. 

As autoridades de saúde temem que a taxa de transmissão se acelere, à medida que centenas de milhões de chineses viajam pelo país e ao o exterior durante o feriado de uma semana do Ano-Novo Lunar, que começa no sábado.

Acredita-se que a cepa de vírus anteriormente desconhecida tenha surgido no final do ano passado a partir de animais silvestres comercializados ilegalmente em um mercado de animais na cidade de Wuhan, no centro da China.

A maior parte dos transportes em Wuhan, cidade com 11 milhões de habitantes, foi suspensa na manhã de quinta-feira. As autoridades locais emitiram aviso informando que ninguém deve deixar a cidade sem motivos específicos. 

Horas depois, a mídia estatal na vizinha Huanggang, uma cidade de cerca de 6 milhões de pessoas, disse que estava impondo um bloqueio semelhante.

Outro município perto de Wuhan, Ezhou, também anunciou que a estação de trem local será fechada até nova ordem. A cidade tem 1 milhão de habitantes. 

As autoridades chinesas não deram novos detalhes sobre o número de infecções pelo vírus, mas foram relatados casos em Pequim, Xangai e Hong Kong e em outros países, incluindo os Estados Unidos, alimentando o temor de que já esteja se espalhando pelo mundo.

O governo da cidade de Wuhan informou que fecharia todas as redes de transporte urbano e suspenderia os voos a partir das 10h. No entanto, a mídia local disse que algumas companhias aéreas estavam operando após o prazo.

A mídia estatal divulgou imagens de um dos centros de transporte de Wuhan, a estação ferroviária de Hankou, quase deserta, com portões bloqueados ou trancados. O governo está pedindo aos cidadãos que não deixem a cidade.

A mídia estatal informou que as cabines de pedágio em Wuhan estavam fechando, o que efetivamente bloquearia as saídas das estradas. Guardas patrulhavam as principais rodovias, disse um morador à Reuters.

Enquanto a cidade entrava em isolamento, os moradores se aglomeravam nos hospitais para verificações e se apressavam em buscar suprimentos, limpando as prateleiras dos supermercados e fazendo fila para abastecer.

As autoridades de Huanggang ordenaram o fechamento de locais de entretenimento em recinto fechado, incluindo cinemas e cibercafés, e pediram aos cidadãos que não saíssem, a não ser em circunstâncias especiais, informou a mídia estatal.

Autoridades confirmaram 571 casos e 17 mortes até o final de quarta-feira, informou a Comissão Nacional de Saúde da China. Mais cedo, o órgão disse que outros 393 casos suspeitos foram relatados.

Dos oito casos conhecidos em todo o mundo, a Tailândia confirmou quatro, enquanto Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Estados Unidos registraram um cada.

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