Viver - Saúde

Disfunção erétil, um risco após os 40 anos de idade

7 de Março de 2019

Há praticamente 30 anos, a disfunção erétil (DE) é reconhecida como um problema de saúde masculina, considera-se até mesmo como um marcador ou indicador para outras doenças. O paciente vai ao consultório do Urologista com queixas de falha de ereção e o médico descobre outras doenças.

A disfunção erétil é definida como a incapacidade permanente em obter e/ou manter uma ereção adequada para um desempenho sexual satisfatório.   

Estudos mostram que aproximadamente 50% da população masculina, após os 40 anos de idade, relatam sinais e sintomas de disfunção erétil. É um mal universal,  acometendo mais de 200 milhões de homens no mundo (30 milhões nos EUA e 11 milhões no Brasil). Estima-se que no ano de 2025 haverão mais de 322 milhões de casos, ao redor do mundo.

Um estudo americano do “ National Health and Social Life Survey”, analisou a função sexual em homens e mulheres. Este estudo pesquisou 1.410 homens com idade entre 18 e 59 anos e também documentou um aumento na DE com a idade. Além disso, o estudo encontrou uma diminuição no desejo sexual com o aumento da idade. Homens entre 50 a 59 tinham três vezes mais chances de apresentar problemas de ereção e relatar baixo desejo sexual em comparação com homens de 18 a 29 anos. A experiência de disfunção sexual era mais provável entre homens com baixa saúde física e emocional. O estudo também concluiu que a disfunção sexual é um importante problema de saúde pública e que questões emocionais provavelmente contribuem para a disfunção sexual.

O desenvolvimento e manutenção de uma ereção é um evento complexo envolvendo a integração de sistemas anatômicos, psicológicos, neurológicos, endócrinos e vasculares. Estudos de tomografia por emissão de pósitrons sugerem que a excitação sexual é ativada no cérebro, em centros corticais superiores. Esses sinais descem através de uma complexa rede neural (via medula) ativam os nervos na região sacral, o que resulta, na liberação de  neurotransmissores  e  óxido nítrico no pênis. Isto resulta em um turgor peniano adequado para a atividade sexual.

Várias são as enfermidades  reconhecidas relacionadas a disfunção erétil, como: doença cardiovascular (hipertensão, aterosclerose), diabetes, depressão, álcoolismo, tabagismo, cirurgia ou trauma pélvico / perineal, doença neurológica (acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, doença de Parkinson, lesão da medula espinhal), obesidade, radiação pélvica ou ate mesmo doença de Peyronie (provoca, encurtamento, dor ou curvatura do pênis). Sabemos  que a deficiência de testosterona pode estar relacionada à disfunção erétil, em algumas situações, mas ocorre em uma parcela menor dos casos. 

O diagnóstico é realizado a partir de um histórico médico e sexual detalhado somado a um exame físico e laboratorial. Testes laboratoriais sofisticados raramente são necessários. 

 

O tratamento da Disfunção Erétil, segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira e Americana de Urologia, em 2018, baseia-se nas modificações do estilo de vida social, profissional, nutricional, além da introdução de atividades físicas regulares e supervisionadas por profissionais médicos e professores de educação física. Quando necessário, o uso de terapias especificas, e a tomada de decisão será conjunta (médico, paciente). O Urologista deve alertar o paciente dos riscos de cada tratamento, sempre considerando os efeitos adversos e contra-indicação de cada medicação prescrita.   

Dr. MARCO  AURÉLIO  LIPAY

Doutor em Urologia pela Universidade Federal de São Paulo.

Título de Especialista em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia.

Membro Correspondente da Associação Americana de Urologia.

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