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A maior infidelidade é a pedofilia que não é punida pela igreja , diz Padre Beto no Provocações

8 de Julho de 2013

Antônio Abujamra recebe, no Provocações da próxima terça-feira (9/7), o  Padre Beto, excomungado da Igreja Católica por declarar na internet seu apoio aos homossexuais. Vai ao ar às 23h, na TV Cultura.

Roberto Francisco Daniel, conhecido como o padre excomungado de Bauru, fala de seu processo de excomunhão, comenta sobre pedofilia e põe em discussão pensamentos e ideias sobre a Igreja Católica.

Questionado sobre quem causou maior mal ao mundo, se a religião ou os bancos, ele aponta a primeira opção. “Os bancos causaram um grande mal, mas são desnecessários. Já a religião é necessária ao cerne do ser humano. O homem tem a necessidade de se ligar a si mesmo e a um ser transcendente”. 

Ele ressalta que há uma grande diferença entre fidelidade e liberdade de expressão. “Eu sou fiel à igreja, por isso continuo sendo padre mesmo com a excomunhão”. Padre Beto afirma que a maior infidelidade  é a pedofilia  que não é punida pela igreja. “Infidelidade é a maneira de como a igreja vem tratando os pedófilos. Eles simplesmente são transferidos para outras regiões e paróquias. Os pedófilos “devem ser punidos e  tratados, porque pedofilia é um distúrbio sexual.”

Sobre sua excomunhão, ele conta que não recebeu nenhuma intimação, não sabe o nome do juiz e não teve direito a ter um advogado. “Meu processo foi feito a toque de caixa. Fui levado a uma sala onde estava montado um tribunal e com uma cadeira vazia”. Mesmo assim, afirma ter esperança de que seu processo chegue ao Papa Francisco.

 

Padre Beto explica que a Igreja não lhe deu o direito de se retratar: “Meu bispo me apresentou uma carta de censura e advertência, exigindo que eu tirasse todo o material que eu tenho na internet, de reflexão, e pedindo perdão humildemente por todas as afirmações que eu havia feito. Caso contrário, ele aplicaria o direito canônico, mas eu resolvi ficar com a minha integridade”.

Além de defender os homossexuais, ele também questiona a ideia cristã de felicidade matrimonial: “Existe uma hipocrisia muito grande nas igrejas. Ensina-se algo, mas se pratica algo completamente diferente”, diz ele sobre os métodos anticoncepcionais usados pelos casais e o que é indicado pelos padres.

 

 

 

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