Viver - Beber e Comer

Cerveja de pinhão sustentável terá safra 2016

17 de Maio de 2016

 

 

 

 

 

 

 

 

Vendas tiveram aumento de 120% no ano passado; Semente da araucária foi extraída segundo padrões que permitem a conservação da floresta nativa

 

Uma cerveja produzida no Paraná feita de pinhões coletados de acordo com padrões sustentáveis que protegem a Floresta com Araucárias ganhará mais uma safra em maio. A bebida é produzida com insumos do Araucária+, iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza com a Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (CERTI), de SC. O objetivo dessa iniciativa é conservar a floresta agregando valor aos produtos extraídos dela – como o pinhão, que é a semente da araucária e a erva-mate, planta nativa dessa ecossistema e a partir da qual são feitas várias bebidas consumidas em todo o país.  A iniciativa beneficia os produtores que seguem o padrão sustentável indicado, que inclui orientações de coleta das pinhas, entre ouras ações de manejo responsável das áreas naturais das propriedade.

 

Segundo o gestor da cervejaria Insana, Pedro Reis, a receptividade do mercado à cerveja de pinhão superou as expectativas. “No ano passado, quando aderimos ao Araucária+, tivemos um aumento de 120% nas vendas da cerveja comparando com 2014”, afirma. Reis acredita que isso se deu pelo fato de já no rótulo constar que a bebida é produzida de forma sustentável. “Esse grande aumento nas vendas confirma que o consumidor valoriza a redução do impacto no meio ambiente por isso esse ano continuaremos com a parceria.”, destaca.

 

Guilherme Karam,  coordenador de estratégias de conservação da Fundação Grupo Boticário, explica que a iniciativa atua tanto na cadeia produtiva do pinhão como também da erva-mate e possui papel fundamental em mostrar que é possível unir conservação e geração de renda. “Os produtores que se comprometem a seguir os padrões sustentáveis, como não realizar queimadas nem extrair as pinhas verdes, recebem cerca de 30% a mais pelo quilo do pinhão, além de contribuir para a redução do impacto gerado nas florestas nativas. É uma lógica em que todos saem ganhando”, completa Karam.

 

Outra medida importante citada por Karam é que os produtores devem deixar 20% das pinhas nos pinheiros para não prejudicar a disponibilidade de pinhão para aves e roedores. Essa atitude também permite a regeneração natural da floresta.

 

Segundo Marcos Da-Ré, diretor do Centro de Economia Verde da Fundação CERTI, o modelo inovador do Araucária+ está demonstrando ser efetivo na prática. “No Araucária+, os produtos que utilizam insumos da Floresta com Araucárias geram retorno não somente para as empresas compradoras, mas também benefícios para os produtores rurais e para a própria floresta. É um modelo inovador de desenvolvimento regional sustentável, que pode ser aplicado a outros ambientes naturais brasileiros”.

 

No mercado

A nova safra da cerveja de pinhão, que é produzida sazonalmente, apenas quando a extração do pinhão é autorizada (início em abril), deve chegar aos supermercados entre o final de maio e início de junho. Para 2016 serão envasadas 45 mil garrafas, que têm como destino principalmente os mercados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Cerca de 800 kg de pinhão provenientes do planalto serrano de Santa Catarina serão utilizados na cerveja.

 

Sobre a Fundação Grupo Boticário: a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.457 projetos de 488 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país.  Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Oásis. Na internet: www.fundacaogrupoboticario.org.brwww.twitter.com/fund_boticario e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario.

 

Sobre a Fundação CERTI: A Fundação CERTI (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras) é uma organização de pesquisa, desenvolvimento e serviços tecnológicos especializados, sediada em Florianópolis, Santa Catarina. Fundada em 1984, a instituição presta serviços e desenvolve soluções inovadoras para a iniciativa privada, governo e terceiro setor, aliando suas competências em áreas estruturadas por meio de Centros de Referência, que trabalham em sinergia e cooperação com entidades parceiras do país e do exterior. Atualmente, são oito centros de referência, entre eles o Centro de Economia Verde (CEV). O CEV tem como missão desenvolver soluções inovadoras para a Economia Verde, com ênfase na racionalidade do uso de recursos naturais e na valorização da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, tendo o propósito de gerar valor, gerir ativos e medir impactos. Atua principalmente em soluções de transição para Economia Verde, para empresas e o setor público; valorização e gestão da biodiversidade, além de balanço, gestão e comunicação de impactos em ecossistemas. 

Comentários
Assista ao vídeo