Cultura - Teatro

O MEU LADO HOMEM

6 de Novembro de 2015

Instituto Cultural Capobianco apresenta a estreia de

 O MEU LADO HOMEM, um cabaré d’escárnio,

no projeto de repertório Terceira Margem III

 

Inspirado na obra de Hilda Hilst, Luis Mármora

estreia dia 10 Um Cabaré descárnio, com música

ao vivo e direção artística de Marcelo Romagnoli

 

O espaço da encenação remete a um bar, misto de boate e cabaré. Mesas para os músicos, abajur à meia-luz, um pequeno palco com microfone e uma ribalta ordinária.

Concepção e Interpretação de Luís Mármora. Direção Artística de Marcelo Romagnoli. Direção Musical de Luiz Gayotto. Adaptação e Roteiro de Luís Mármora, Luiz Gayotto e Marcelo Romagnoli.

A estreia é dia 10 de novembro, terça, às 21h. A temporada acontece às terças e quartas às 21h

 

Contemplado pelo Prêmio Zé Renato da Secretaria Municipal de Cultura, O MEU LADO HOMEM, um cabaré d’escárnio é um musical solo baseado na obra obscena Cartas de um Sedutor, da premiada escritora Hilda Hilst. O espetáculo mostra Sápata Magáli, um anti-herói ridículo como apresentador de um cabaré decadente, com banda ao vivo e um repertório musical variado. De salto alto, barba e cílios postiços, o personagem é uma figura híbrida, um transgênero profundamente pornográfico e altamente poético. Umshow-man, que relembra fatos de sua vida, canta e permite à platéia um passeio pelo seu coração.

 

HILDA HILST foi poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Hilda escreveu por quase cinquenta anos, tendo sido agraciada com os mais importantes prêmios literários do Brasil. Assuntos tidos como socialmente controversos foram temas abordados pela autora em suas obras. No entanto, conforme ela mesma confessou em uma entrevista, seu trabalho sempre buscou, essencialmente, retratar a difícil relação entre Deus e o homem. Em Cartas de um Sedutor, ela segue o modelo do romance libertino do século XVIII e submete-o a procedimentos experimentais, fazendo dele o coroamento das suas obras obscenas. Nelas, a pornografia está pensada como um lugar de resistência da imaginação auto-criadora.

 

Para que o personagem Sedutor, que aqui se apresenta sob o codinome de Sápata Magáli, revele à platéia suas memórias – inventadas ou não – o espaço da encenação remete a um bar, misto de boate e cabaré. Mesas para os músicos, abajur à meia-luz, um pequeno palco com microfone e uma ribalta ordinária. Ao fundo, uma cortina de veludo. A música é executada ao vivo e o repertório variado, de forte apelo popular, tem tratamento refinado, assim como a prosa poética expressada pelo protagonista. Nisso reside a beleza da obra: elementos de escárnio, de despudor, de baixo calão, constantemente revestidos de alto poder literário.

 

Ao incorporar o simbolismo de um ambiente artístico decadente, outrora criativo, mas que ainda conserva um certo glamour, a encenação busca traçar paralelos com a ênfase que a autora dá à criação literária. Se no romance o personagem principal é um escritor-mendigo, no espetáculo ele(a) é Sápata Magáli, no alto de seus sessenta e tantos anos, com experiência real do submundo, da poesia e da marginalidade.

 

FICHA TÉCNICA

O MEU LADO HOMEM, um cabaré d’escárnio.

Estreia - dia 10 de novembro, terça, às 21h. A temporada acontece às terças e quartas às 21h.

Texto: Hilda Hilst (Cartas de um Sedutor). Concepção e Interpretação: Luís Mármora. Direção Artística:Marcelo Romagnoli. Direção Musical: Luiz Gayotto. Adaptação e Roteiro: Luís Mármora, Luiz Gayotto e Marcelo Romagnoli. Músicos: Luiz Gayotto (piano e violão), Ernani Sanchez (guitarra),Lelena Anhaia (baixo), Simone Julian (sopro), Nina Blauth (bateria). Iluminação: Marcelo Romagnoli.Figurino: Marichilene Artsevskis. Espaço Cênico: Nerone Prandi, Marcelo Romagnoli e Luís Mármora. Projeto Gráfico: Artefactos Bascos.  Produção Executiva: Mariana Piza. Produção e Realização: Marmorhaus Produções Culturais.

 

Músicas: Meu Lado Homem (Rafael Castro), Cabide (Ana Carolina), Canção de Desenfreada Sensualidade ( Cristiano Gouveia), Canibal (Luiz Gayotto e Lúcia Romano), Natural Woman (You Make Me Feel - Carole King e Gerry Goffin), Mim (Luiz Gayotto), The Man I Love (George e Ira Gershwin), Oscar Wilde (Rafael Castro), Me Vuelves Loco (Armando Manzanero), Dance a Little Bit Closer (Charo), La Llorona (Domínio Público), Polaroid (Rafael Castro).  

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