Rita Cléos e Sérgio Cardoso, ou Biondina e Ciccilo
Em 1º de abril de 1965, no horário das 20h, a TV Tupi lançava uma adaptação de Walter George Durst (1922-1997) de um original mexicano que se transformaria em um grande sucesso: "O Cara Suja", a história de um imigrante italiano da Calábria, Ciccilo que, recém chegado ao Brasil, fica riquíssimo e se envolve com uma família que está arruinada financeiramente.
Na definição do diretor Geraldo Vietri (1930-1996), o personagem era um italiano grosseirão, louco e passional, mas, por tudo isso mesmo, muito sensual. Para interpretar Ciccilo, a TV Tupi trouxe Sérgio Cardoso (1925-1972), um dos atores mais premiados dos palcos brasileiros naquela época, e que com esse personagem se transformou em um dos grandes galãs da emissora e das nossas novelas, até sua morte repentina em 1972.
Rita Cléos (1931-1988), uma jovem atriz catarinense que já havia brilhado em alguns teleteatros e nas novelas "Quem Casa com Maria?" e "Teresa" ficou com o principal papel feminino, a milionária falida Yara, mais conhecida como a Biondina, como o italiano grosseirão a chamava. E este acabou se transformando no melhor papel em novela da atriz em toda a sua carreira.
O público aprovou o par central e transformou Ciccilo e Biondina em um dos casais preferidos das novelas da década de 1960. O enredo previa o surgimento de uma bela secretária para compor o triângulo amoroso e a ex-miss São Paulo e atriz Carmen Jóia ficou com o papel. Mas o público torceu foi mesmo para que a Biondina "domasse" o calabrês e ele, por sua vez, a falida aristocrata.
Ao lado de Sérgio Cardoso, Rita Cléos e Carmen Jóia, a TV Tupi reuniu um de seus melhores elencos, o que também contribuiu para o sucesso do folhetim. Lá estavam também Juca de Oliveira, Marisa Sanches, Percy Ayres, Sérgio Galvão, Norah Fontes, Elias Gleiser, Guiomar Gonçalves, Jean Carlo, Gilberto Sálvio e Aída Mar.
O sucesso da novela fez Sérgio Cardoso se dividir cada vez mais entre o teatro e as novelas, e levou a TV Tupi a investir mais alto no segmento que já começava a representar um bom faturamento para a emissora.
E, na próxima semana, a Record criava a primeira novela humorística.